segunda-feira, 12 de março de 2018

Chimamanda Adicchie - O perigo de uma única história

A leitura do texto Você tem Cultura?, de Roberto da Matta, trouxe uma primeira forma de se pensar noções de cultura. No vídeo da palestra do TED, O perigo de uma única história, a escritora Chimamanda Adicchie disserta sobre o perigo da construção de uma única versão interpretativa a partir de narrativas que são repetidas múltiplas vezes.

1. Tendo por referência a construção de noções sobre cultura, a exemplo do texto Você tem Cultura?, de que maneira você acha que a fala de Adichie pode colaborar na constituição de uma noção sobre cultura em seu sentido amplo.
2. De que forma a escritora menciona um "olhar estrangeiro" sobre outras culturas ou contextos? Exemplifique de acordo com a sua experiência.
3. Conforme o discurso de Adichie, as narrativas são poderosos instrumentos na conformação de uma visão de mundo. Na sua opinião, quais narrativas constituem a modernidade?

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Turma da manhã:  14 de março
Turma da tarde: 16 de março

Link do vídeo do TED.
https://www.youtube.com/watch?v=wQk17RPuhW8

29 comentários:

  1. 1 - A fala de Adichie disserta exatamente sobre sua experiencia na visão estrangeira sobre sua cultura e também as noções que ela própria adquiriu a partir de uma influência externa como quando menciona a mídia tratando do caso dos mexicanos. Isso se traduz no texto sobre a ambiguidade e o estereotipo de uma cultura, a partir do momento que a visão de um observador externo passa a ser guiada a um olhar quase como se a partir de uma propaganda.
    2 - Ela menciona o "olhar do colonizador". A visão da cultura dominante que é exportada junto com produtos para outros países como algo "certo" ou uma visão de "progresso". Dessa forma ela cresce mais conhecendo a visão de estrangeiros sobre seu povo que a de seu próprio povo e reproduz essa interpretação como quando menciona que escrevia quando era criança a mesma coisa que lia, sobre neve e frutas que não existiam em seu país.
    3 - Narrativas com influencias do iluminismo que rompem principalmente com o pensamento medieval e o da igreja, com novas questões sobre tecnologia, progresso, o ser humano e outras problemáticas que privilegiem o antropocentrismo.

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  2. Giuliana Fantauzzi

    A partir dos temas abordados por Chimamanda Adichie, é perceptível como em contextos adversos é possível associar a cultura de um povo como universal ao ignorar uma outra parcela, seja por conhecimentos que adquirimos desde crianças como determinadas situações que passam despercebidas quando já possuímos mais discernimento. Estamos tão imersos em nossa própria cultura (seja ela qual for e o que ela engloba) que esquecemos que outros povos possuem suas particularidades, e não são apenas um estereótipo que vemos a partir de outros meios.

    Adichie mostra como é possível pensar determinada história precocemente e tê-la como realidade quando não se conhece a cultura do outro a fundo, e tudo o que se sabe sobre isso é a história única abordada apenas por meio de um terceiro atuante, que nos exemplos abordados foi a cultura euro-estadunidense. Em sua viagem ao México ela demonstra como isso pode ser algo sutil ou que passe despercebido em cada um até que seja descoberto. A reflexão é a maneira de transformar esse estereótipo em uma história verdadeira, uma vez que dá-se voz a parte envolvida. Mexicanos eram abordados pela mídia como um povo imigrante que rouba trabalho dos americanos, mas ela percebeu que na verdade são pessoas que vivem suas vidas, realizando suas atividades normalmente. Esse tipo de comportamento é muito visto ainda no Brasil (muitos julgam pessoas vindas principalmente do Nordeste e Norte), e inclusive por algo que da Matta diz ser um equívoco, que é ter a cultura ou seus subgêneros hierarquizados.

    O ideário do moderno foi algo difundido a partir de livros e histórias contadas sobre diversos assuntos, como por exemplo os temas de filosofia, antropologia e sociologia. O ser humano estava começando a perceber que é único e que possui sensibilidade. A pintura começa a ser feita sem ser encomendada, e a arte sacral pouco a pouco vai dando espaço para outros assuntos mais corriqueiros e mundanos. Mesmo com todos esses avanços, é importante ressaltar que a história foi escrita de homens brancos para homens brancos, e isso continua a acontecer até os dias de hoje. Aquilo que temos como certeza, nem sempre é a parte inteira da história.

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  3. Jessica Benevides Gonzalez de Almeida (1310555)

    Da Matta explica que nenhuma cultura é superior ou inferior a outra, sendo todas as formas culturais equivalentes entre si, sem exclusão de uma por parte de outra. E a partir do momento que essa visão é adotada, consegue-se uma compreensão mais real do outro e sua cultura, sem interferências causadas por ideias pré-concebidas, preconceitos ou julgamentos. A fala de Adichie dialoga com os conceitos de Da Matta, uma vez que ela traz exemplos pessoais de como ela mesma já obteve "leituras"e interpretações erradas sobre a realidade de um povo diferente do dela, ao se deixar ser inconscientemente influenciada pela única visão que conhecia sobre eles. Dessa forma, indo além da fala de Da Matta, a escritora defende a importância de buscar conhecer diferentes narrativas e pontos de vista sobre o outro, antes de julgá-lo e defini-lo sob um conceito único que, provavelmente, estará excluindo suas demais potencialidades e realidades.
    Já que a cultura é um conjunto de códigos, comportamentos e costumes, não se pode entendê-la conhecendo apenas um de seus aspectos e não sua totalidade.

    A forma como ela explica o olhar estrangeiro sobre o outro, que ela mesma já havia praticado, é uma forma limitadora e reducionista de se ler o diferente , tomando como verdade e como correta a visão incompleta e condicionada que já se tinha anteriormente e que havia sido "vendida" a ela como a visão certa sobre aquilo.
    Semelhante ao que Adichie conta em relação a visão prévia que possuía sobre a aldeia do menino Fide, cujo povo vive em condições mais simples e não possui um alto poder econômico, o mesmo ocorre com a cultura popular que tem origem nas comunidades carentes existentes no Brasil. Quando atualmente o funk começa a tomar projeção internacional, muitos brasileiros, influenciados pela visão estrangeira, e muitas vezes preconceituosa, que possuem, acabam se sentindo afrontados ou espantados com tal fato por erroneamente considerar esse gênero musical como pobre, de baixa complexidade ou de baixo nível, excluindo toda a riqueza presente nesse estilo musical como manifestação de identidade cultural dos indivíduos que o produz.

    As narrativas que constituem a modernidade são majoritariamente eurocêntricas, uma vez que os povos europeus tiveram grande influência política e econômica sobre diversos outros povos e a continuam exercendo até a atualidade, além de ter sido palco de diversos acontecimentos históricos que acabam por ditar a história, filosofia, sociologia entre outros estudos como os conhecemos. Isso faz com que grandes manifestações culturais e narrativas importantes de outros povos, como por exemplo os orientais, africanos ou sul-americanos acabem ficando apagadas e sendo esquecidas pelas gerações conseguintes. Dificultando a tentativa de se entender e conhecer a real modernidade como um todo ou de se obter uma visão diferente sobre ela.

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  4. 1. Os casos contados por Aichie são exemplos corriqueiros de pessoas que estão imersas em suas próprias culturas e julgam as culturas de pessoas diferentes, em contextos diferentes, com um olhar estereotipado. Isso reafirma o que Da Matta menciona no texto de que para conviver com outras pessoas de forma igualitária, devemos nos distanciar desses pré conceitos que vem da cultura em estamos imersos e olhar para a cultura do próximo em sua totalidade.

    2. Aichie conta de como a visão de Mexicano que a foi ensinada a fez entender que o que ela tinha como "ser um mexicano" era uma visão limitada e preconceituosa. O mesmo acontece no Brasil desde o império colonial. Assim como os os índios eram rotulados de preguiçosos pelos portugueses, atualmente, os nordestinos são julgados da mesma forma pelas pessoas da região sudeste.

    3. Apesar do avanço da tecnologia e comunicação e da globalização, a visão europeia é a que predomina nas culturas, desde a religião até a moda, conteúdo audiovisual e costumes. Os "excêntricos" são aqueles que vieram de países orientais, africanos e até latinos.

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    1. https://www.facebook.com/BuzzFeedVideo/videos/2484657501675117/

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  5. Hannah Tatagiba

    1. Resumimos a cultura de muitos países a uma pequena lista de características que aprendemos que definem aquele país. A fala de Adichie mostra como isso é apenas a formação de um esteriótipo que como mesmo ela afirma, não quer dizer que seja mentira, mas é apenas uma versão da história. Definir toda uma cultura baseada em apenas uma versão que ouvimos é muito pequeno ao lado da historia toda que tem por trás dela.

    2. O olhar estrangeiro é baseado em uma única história, normalmente contada pela mídia. Pegamos essa versão como verdade e assim e assim diminuímos toda uma cultura em poucas característica que nem sabemos se realmente são verdadeiras.

    3. Narrativas que privilegiam a razão, que buscam o novo e reinvenção.

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  6. 1- Ela fala muito da sua experiência a partir de livros e suas ideias sobre a visão estrangeira. Se achava mais americana que africana por conta dos seus sonhos e textos que escrevia, quando pequena.
    Muitas vezes somos influenciados por um ideal de uma sociedade, que esquecemos de observar e buscar entender a realidade. Apenas aceitamos o que nos é transmitido até ter o privilégio de vivenciar o que é e como é de fato.

    2- Adchie comenta sobre a possibilidade de interpretar uma história ou cultura a partir de um preconceito estabelecido de forma precoce, ou seja, quando não se conhece bem o outro lado. O que se sabe, antes de uma experiência própria é o conhecimento que vem de falas e leituras de outros. Assim, dá o exemplo de sua ia ao México e apresenta sua visão sobre tal local antes e depois de conhece-lo pessoalmente.
    Passei por algo parecido ao fazer intercâmbio para o Texas, principalmente devido a maneira como o local é representado nos filmes Hollywoodianos: "cowboys" pelas ruas (pessoas com chapéus, cintos com grandes fivelas e bolas de cano longo), por exemplo. Ao chegar lá, eram pessoas comuns como em qualquer outra cidade americana. Apenas nas cidades do interior como Forth Worth que havia esse ambiente contado nas histórias.

    3- O projeto da modernidade foi sendo desenvolvido a partir de ideias de tornar o conhecimento acessível. Ela época ficou conhecida como o século das luzes ou iluminismo, que geraram influências para essas narrativas que constituem a modernidade.

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  7. É difícil manter um equilíbrio entre o que apreendemos de outras culturas e incorporamos à nossa e a própria cultura em que estamos inseridos. Isso é um fator ainda mais grave em tempos de globalização onde, possivelmente, a humanidade se encaminha para um corpo cultural unitário. No entanto, nossa experiência, que é unicamente interpretada por nós mesmos, é o que realmente molda nossa forma de enxergar e vivenciar o mundo.

    Como citado acima por outros colegas, é preciso estar atento para não resumirmos uma cultura estrangeiro a uma simples lista esteriotipada de características que, no fundo, não dizem nada. O maior problema de todos, na minha opinião, é enxergarmos a nós mesmos sob a ótica do colonizador, nos diminuindo perante outras culturas que, teoricamente, são mais desenvolvidas.

    Arthur Carvalho

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  8. 1. Rementendo ao texto de Roberto da Matta, na fala de Adicchie podemos comprovar que a noção propagada do que se considera cultura é fruto de, em geral, a narrativa preponderante sobre um determinado grupo de pessoas - o que significa que é comum haver uma concepção errônea sobre determinado assunto apenas porque um único grupo privilegiado determinou que uma versão da narrativa é a “verdade” e representa uma cultura. Adicchie argumenta que a única maneira de reverter esta situação é se apropriar da sua própria narrativa e colocá-la no mundo.

    2. Em seu discurso, Chimamanda Adicchie comenta sobre o “olhar estrangeiro” em relação ao contexto de outros indivíduos. Aqui, a palavra “estrangeiro” fala apenas de estar fora de, ou não familiarizado com uma realidade diferente da nossa. Como exemplo, Adicchie cita algumas “verdades” que ouviu sobre sua própria cultura segundo sua colega de quarto na faculdade - que as havia absorvido como absolutas, sem nunca se questionar ou buscar entender mais sobre contextos diferentes do seu próprio. A escritora não se abstém da responsabilidade de se comportar de maneira similar, quando conta sobre a família de empregados que trabalhava em sua casa durante sua infância, os quais sempre acreditou serem pobres, e apenas pobres, sem nunca ter buscado conhecer outros aspectos daquele contexto.

    3. Acredito que a própria maneira como se ensina a história é evidência das narrativas que constituem a modernidade. Por exemplo, em quaisquer matérias sobre arte no curso de design, somos ensinados os marcos históricos europeus como referenciais e justificativas de uma série de eventos e movimentos, apenas porque a sociedade européia foi e é a classe dominante neste aspecto. Sendo assim, a modernidade é constituída, do olhar ocidental europeu, em momentos de “revolução” - sendo consideradas revoluções diferentes para marcar linhas diferentes de estudo: a tomada de Constantinopla pelos turcos otomanos para a Idade Moderna histórica; o Iluminismo e a Revolução Industrial para o Projeto da Modernidade da filosofia; e o Renascimento e o Modernismo para as artes.

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  9. Chimamanda conta sobre as suas experiências de outras culturas, através de livros que fizeram parte da sua infância. Livros esses que descrevem outras culturas diferentes da dela a partir de um ponto de vista, construindo uma imagem estereotipada do estrangeiro. Ela reforça a importância de conhecermos outros lados daquela história para não ficarmos presos a uma única imagem daquela cultura. No texto, Da Matta afirma que para conhecermos outras culturas, é preciso abandonar todas as crenças e pré conceitos, para poder compreender de fato a real cultura e não o estereótipo dela.

    O “olhar estrangeiro” é justamente esse olhar limitado de uma cultura. O olhar que nos foi ensinado a partir de uma visão da história, partindo da premissa que essa seja a única, e por isso, criamos ideias concretas e generalizadas. Ex: A versão da história que a Inglaterra conta sobre a Namibia, não é a mesma da própria Namibia falando de sua própria cultura. Esse é o olhar estrangeiro, um olhar alheio a realidade daquela cultura.

    O projeto da modernidade é também conhecido como Iluminismo. Movimento intelectual que surge no século XVIII na Europa. Um esforço intelectual dos pensadores iluministas para desenvolver a ciência objetiva, a arte, a literatura. A ideia era usar o acúmulo de conhecimento de muitas pessoas trabalhando livres, sempre buscando independência e liberdade.

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  10. Durante sua palestra Chimamanda Adicchie demonstra o olhar de uma pessoa sobre uma cultura. Como de fora, ao definirmos uma cultura por um único arquétipo, tendemos a alimentar preconceitos com relação a todas as pessoas que fazem parte daquele grupo de pessoas. É ululante a forma como as pessoas por desconhecimento da multiplicidade do outro tende a formar um conceito extremamente limitante e preconceituoso do mesmo. Franceses são cultos e pedantes, Africanos miseráveis e subdesenvolvidos, chineses e japoneses são parecidos, mas chineses são mais esquisitos porque comem cachorros e insetos. A falta de referências culturais para tentar entender mais de um povo limita a visão sobre como aquelas pessoas realmente são. Cultura é uma coisa ampla e apenas uma história ou um referencial não são suficientes para delimitar aqueles que dela se constituem.
    Lembro-me bem a primeira vez que fui a Alemanha, foi uma experiência incrível. Em meio a um festival de música, enlouquecido a beira do palco, cantando a plenos pulmões eu consegui chamar a atenção do vocalista, apesar de não ter sido muito difícil visto que como todo bom brasileiro, passional e exaltada eu era o único gritando no meio daquela multidão. O vocalista veio então me agradecer e notoriamente se espantou quando gritei "I came from Brasil to see you", e já tendo ele vindo ao Brasil fez questão de soltar ao microfone um "Obrigado". Alguns momentos depois ao ir ao banheiro um alemão extremamente educado veio me cumprimentar e disse (tradução livre) "Nossa, você veio do Brasil, você deve ser muito lá né?". Me bateu aquele pequeno amargo na garganta. Não que ele tivesse dito uma inverdade, sou extremamente consciente de meus privilégios, mas afinal, que tipo de país miserável aquele indivíduo acha que eu moro. Somente pelo fato de estar na europa curtindo um festival eu teria então de ser uma espécie de milionário em meio a um paupérrimo país? Em outros momentos havia ouvido histórias de como em alguns lugares acreditam que Brasileiros vivem em meio a floresta, mas foi a primeira vez que tive o contato com um olhar externo tão chocante sobre quem eu deveria ser. Sim, eu sei, pessoas de favelas, negros, pessoas do interior sofrem isso todos os dias, como disse, sou totalmente consciente de meus privilégios, fazer o que se minha história pessoal com isso é tão boba.
    No fim das contas, com o devido cuidado, os arquétipos são sim uma ferramenta útil para entender o mundo e as pessoas que nele vivem. O ser humano tenta a todo custo catalogar com o objetivo de entender e isso não é intrinsecamente ruim, mas requer uma boa dose desconfiança se não há muito preconceito no rótulo que vinculamos ao outro/ as coisas. A modernidade por exemplo carrega, ao meu olhar, uma relação de quebra com a tradição, de transformação rápida e progressista, de admiração pelo novo, pelo tecnológico, pelo globalismo. A modernidade não abre espaço para a tradição se não for para resignificar ou nôs fazer desencantar dela. A modernidade é rápida, é brilhante, é metálica. A modernidade é organizada e científica e lógica. Não, não necessariamente a modernidade é isso tudo, mas a nuvem de palavras que se forma quando penso em modernidade é tudo isso e não muito mais. Provavelmente ainda faltam muitas histórias para eu realmente entender a cultura moderna.


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  11. 1. A cultura de um povo, - classificada como a forma que um grupo age, pensa, se modifica e interage - para ser entendida por alguém que não faz parte do meio em questão, se faz necessária uma imersão, em termos antropológicos, fazendo com que o indivíduo a observar sinta na pele os termos em que vive tal povo. Quando tal cultura é retratada por simples histórias, contadas sempre sob um único ponto de vista, não há possibilidade de haver uma compreensão completa da cultura de um povo. O que Adichie sugere é que possibilitamos uma compreensão mais ampla de uma cultura quando temos acesso a diversos pontos de vista e a mais e mais elementos possibilitando a formação de um panorama mais real do contexto em que se encontra tal povo.

    2. O olhar estrangeiro, segundo Adichie, é olhar carregado de estereótipos, isso ocorre pois há uma enxurrada de informações repetidamente semelhantes sobre uma cultura ou um grupo, fazendo com que a visão sobre tais seja limitada. Podemos ver tal questão acontecendo quando um brasileiro vai aos Estados Unidos, por exemplo, e ao revelar sua nacionalidade a cidadão americano, este começa a falar em espanhol, supondo que no Brasil, a língua oficial é o castelhano.

    3. Existem, na modernidade, diversos suportes que transmitem narrativas, por exemplo, os filmes, os jornais, os livros e a fotografia. Elas são poderosas ferramentas para apresentar e contar a história de povos próximos e distantes do expectador, mostrando sempre sobre o ponto de vista do autor, isso é, nunca abrangendo a totalidade da verdade.

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  12. 1. Como dito no texto "Você tem Cultura?", a "Cultura" é um conjunto de "regras" e normas de um determinado grupo de pessoas ou sociedade. Quando analisam outras culturas, as pessoas tem o costume de observar a história do lugar por uma única versão, tendo uma falsa impressão a respeito da realidade do local. Sendo assim, palestras como a de Adichie contribuem de maneira muito positiva para que as pessoas passem a procurar por novas fontes e diferentes versões para uma mesma história, deixando de julgar as diferentes culturas com base em uma única e assim valorizando os diferentes pontos que podem ser encontrados em cada uma delas. Com isso caminhando para uma sociedade com um pouco mais de empatia, disposta a construção de uma "Cultura" mais mundial.

    2. O olhar do estrangeiro esta rodeado por preconceitos. Como dito em sua palestra, as pessoas estão acostumadas a acessar a história e outras informações através de uma única visão. A visão referente a sua cultura, que vai se basear nas “regras”, pensamentos e atos que representam o local onde foi criado. Ao projetar esse conjunto de regras em outra sociedade, ele acaba gerando uma opinião pouco realista sobre a realidade do lugar em questão. Por o Brasil ser conhecido como país do futebol, por exemplo, muitos estrangeiros acreditam que todas as pessoas que vem dessa região, tem um talento nato para o esporte.

    3. A modernidade esta permeada por diferentes formas de narrativa. Desde livros, peças de teatro e filmes, até notícias que são disponíveis online. Além disso podemos encontrar narrativas permeando meios como redes sociais, programas de TV e até mesmo propagandas.

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  13. Isabela Avellar

    1. Somos educados desde sempre dentro de padrões ocidentais, aprendendo sobre culturas europeias, americanas, mas muito pouco ou quase nada sobre países orientais e até sobre nós mesmos. Discursos como o de Chimamanda são essenciais para sabermos de fato como é a cultura de um lugar sem generalizações baratas, afinal, a África se trata de um continente gigante. Resumi-la à esses estereótipos é reduzir absurdamente a complexidade daquela cultura.

    2. O olhar estrangeiro sobre uma cultura é muitas vezes reducionista e simplório, por sermos acostumados aos padrões de cultura branca, ocidentais. Temos o costume de reproduzir discursos sobre assuntos dos quais não temos conhecimento de causa, como por exemplo, é muito comum reduzirmos a Zona Norte da nossa cidade à bailes funk, como se só isso formasse a cultura desse território que fica ao nosso lado, mas por se tratar de outro contexto social e racial, fechamos os olhos e repetimos o que o jornal nos diz.

    3. A modernidade é narrada pelo rompimento com a soberania da Igreja Católica e a priorização da antropologia, o entendimento do ser humano como centro do pensamento.

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  14. 1. Em sua palestra no TED, Adcchie narra sua história pessoal relacionando-a com problemáticas sobre o entendimento de cultura que a mesma identificou durante sua vida. Trazendo a tona a questão de uma narrativa única como verdade absoluta para a história de um povo, a autora comenta que a afirmação sobre esse tipo de narrativa pode acabar sendo prejudicial para novas gerações e para a produção de novas ideias, podendo até mesmo afetar o entendimento do próprio indivíduo sobre sua vida e círculo social em que se insere. Ao buscar referências mais próximas e outras narrativas com as quais poderia se identificar, Adcchie descobre outros mundos e até o seu próprio mundo, vendo que é possível falar de sua própria cultura mesmo que ela não seja o centro das atenções midiáticas. Em um sentido mais amplo, a cultura não deve ser encarada como única, ou como a generalização de um continente inteiro (como no exemplo de Adcchie sobre o continente africano), mas deve ser entendida em seus detalhes e com suas características únicas e próprias.

    2. Adcchie comenta que o olhar estrangeiro sobre a cultura americana abriu seus olhos para um novo mundo, aflorando sua imaginação e possibilitando contato com uma cultura distante da sua. Ao mesmo tempo, esse tipo de contato, em certo momento, acabou lhe causando uma estranheza pelo fato de não ser “real”para ela, isto é, a distância e as diferenças eram tantas que não havia identificação por parte da autora, que a fez buscar novas narrativas para identificar-se com sua própria cultura nigeriana.

    3. A modernidade acaba sendo constituída por narrativas em que o homem e sua razão estão em foco. Sob a repetição desse discurso acabam-se formando novas correntes sobre a valorização do saber, da criatividade, da produção artística, da racionalidade e isso acaba por ser encarado como uma verdade única, a verdade dos homens europeus, que mais tarde acaba por influenciar grande parte do mundo.

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  15. Maria Victoria Albuquerque

    1 . O texto "Você tem cultura?" apresenta diferentes conceitos sobre a palavra cultura, mas a que mais se destaca é a cultura no sentido antropológico, como conceito chave para a interpretação da vida social – código através do qual as pessoas de um dado grupo pensam, classificam, estudam e modificam o mundo e a si mesmas. Então, durante seu discurso, quando Adichie se refere ao termo "single story" ou única história, entendemos o poder atribuído a apenas uma visão de mundo. Quando se escuta apenas uma única história sobre uma cultura, limita-se a conhecer apenas parte de um todo, que pode ser representativo em certos aspectos ou não, mas sempre de forma limitada. A ideia de cultura se expande em conhecer e entender, mais do que saber; se expande em ouvir todas as histórias.

    2 . O "olhar estrangeiro" pode ser interpretado como o entendimento que se tem de uma sociedade ou pessoa, baseando-se apenas em um "única história", ou seja, um estereótipo que é apresentado constantemente e que acaba sendo tomado como verdade. Por exemplo, quando um local é apresentado como violento e marginal, acaba-se suprimindo todas as outras características que a constituem, e que não necessariamente seriam compreendidas como a essência do lugar. O "olhar estrangeiro" é um olhar limitado e alheio às outras histórias.

    3 . A modernidade diz respeito às condições sociais e experiências que são vistas como os efeitos dos processos de modernização. As narrativas que a envolvem são vastas, uma vez que modernização trouxe muitas mudanças para a sociedade como se conhecia, mas existiram pessoas que foram mais atingidas do que outras, por exemplo, uma criança que trabalhou em uma fábrica têxtil vai ter uma ideia sobre a sociedade diferente de um empresário produtor de ferro. Não só isso, mas como um jornalista apresenta uma mulher trabalhando na fábrica e como ela se vê, são narrativas distintas. Todas elas traduzem uma mesma sociedade com diferentes visões de mundo.

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  17. 1 - Ao terminar o seu discurso, Chimamanda Adichie, diz que: "Quando nós rejeitamos uma única história, quando percebemos que nunca há apenas uma história sobre nenhum lugar, nós conquistamos um tipo de paraíso."
    Ela prioriza a importância de conhecermos outras histórias, outros exemplos para não termos apenas uma única ideia daquela cultura, daquele país ou daquele povo.

    2 - Ao se mudar para os EUA, Chimamanda Adichie, sofre preconceito de sua colega de quarto, que tem uma visão totalmente limitada e ignorante sobre a sua realidade na Nigéria. Essa visão, que lhe foi adquirida por não querer aprimorar o seu conhecimento, baseando seus conceitos em apenas algumas histórias relatadas sobre o país de origem de sua colega de quarto nigeriana. Assim como a escritora, que, ao visitar o México fica envergonhada de si mesmo pois tinha uma visão limitada dos mexicanos, por ter escutado apenas uma lado da historia daquele país, o lado americano.

    3 - A modernidade rompeu com os antigos limites da busca pelo conhecimento externo. Vivemos uma época em que a internet predomina com as suas fontes de informação, estamos sujeitos a qualquer tipo de história. Dependendo da sua busca, essa procura pode ser infinita.

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  18. 1- Adchie de como os livros moldaram sua visão sobre os estrangeiros. Ela não conseguia se reconhecer nos livros, uma vez que eles retratavam apenas americanos/europeus. Muitas vezes somos influenciados por uma ideia singular e esquecemos que existem outras realidades e vivências.

    2- Adchie discursa sobre a possibilidade de interpretar uma história ou cultura a partir de um preconceito estabelecido de forma precoce, ou seja, quando não se conhece bem o outro lado. Ela conta, como exemplo, de sua ia ao México e apresenta sua visão sobre tal local antes e depois de conhece-lo pessoalmente. O que se sabe, antes de uma experiência própria é o conhecimento que vem de falas e leituras de outros.

    3- Modernidade, em sua ideia de projeto, foi sendo pensada a partir da ideia de tornar o conhecimento possível a todos. Ela época ficou conhecida como iluminismo, que geraram influências para essas narrativas que constituem a modernidade.

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  19. Júlia Lopes

    1. A fala de Adicchie nos ajuda na construção da noção sobre cultura, no sentido em que a cultura em si não tem a ver com o que os estrangeiros pensam a respeito de um certo grupo ou sociedade. Quando temos o olhar de fora e achamos que entendemos daquela cultura, sem ao menos estar inserido, na verdade, como Adicchie fala, não sabemos absolutamente nada. Esse pré conceito infelizmente está intrínseco em nós.

    2. O “olhar estrangeiro” citado por Adicchie é aquele olhar com preconceito que tem apenas uma verdade. Não acontece apenas com o mais dominante sobre o menos dominante, mas em todos os aspectos. Como existe o pré-conceito em relação aos pobres e às favelas, sobre a maneira de agir e de se comportar; também encontramos esse pré-conceito em relação às pessoas muito ricas. Achamos que sabemos como eles pensam e se portam, tendo apenas uma verdade de como seriam em nossas cabeças. A saída, como afirma Adicchie é deixar isso tudo de lado e estar aberto a explorar novas verdades.

    3. A melhor narrativa que constitui a modernidade, em minha opinião, é a ideia de ruptura. Ruptura com o passado, o medieval, com o que já não se encaixava na vida cotidiana que vinha se transformando. Com isso vieram a informação e os avanços na tecnologia, que de qualquer modo queriam ‘vender’ o conceito de uma vida melhor.

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  20. Maria Carolina Werneck21 de março de 2018 às 17:59

    Uma cultura pode entendida apenas por uma visão, assim como as histórias de Adichie. Por isso, ao tentar compreender uma cultura, devemos buscar os mais diversos pontos de vista, as variadas situações e experiências. Senão, estaremos também escutando só uma história, ou uma versão dessa história ou ainda um pequeno trecho dela.

    O olhar estrangeiro é a única história que ela menciona. É lançado na mídia uma visão e então achamos que entendemos aquilo sem mesmo verificar ou procurar outro ponto de vista. Então aquela história é repetida e se torna verdade para muitas pessoas.

    As narrativas da modernidade constituem do plano de levar o conhecimento para todos e como o centro o estudo do próprio homem, com a filosofia, a antropologia. É a época do iluminismo.

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  21. A cultura constitui uma certa subjetividade coletiva de um certo local/contexto, um conjunto de linguagem e signos e códigos que resultam em uma maneira de ser e viver coletivamente e instintivamente. Essa linguagem permeia e vive em um intermédio. Assim sendo, podemos entender a cultura como uma narrativa coletiva, Adichie menciona a importante de não haver uma só cultura dominante que silencia a multi possibilidades de protagonista, locais e criadores de historia. A cultura em suas nuanças internas individuais quando múltiplas fluem em espaços mais amplos de criatividade. A amplitude do conceito de cultura implica em ampliar também as suas possibilidades narrativas tanto em um contexto global de desconstrução do eurocentrismo, tanto num estado intimo de articulação de inputs de informações diversas.



    O olhar estrangeiro generaliza e compressa o subjetividade do Outro em uma identidade cultural. Este olhar pode estar também em escalas menores de separações, locais e grupais. Seria como por exemplo um europeu olhar para mim e assumir que gosto de samba e futebol. Este agenciamento está presente em modos mais implícitos ao conversar com alguém de ‘fora’. Um exemplo pessoal de um preconceito implícito foi conversar com europeus que assumiam que meu consumo de informação era mais limitado por eu vir da parte sul do planeta, presente em quanto eles ficavam impressionados, e em certo momento até encucados com um olhar critico profundo não derivava de solo europeu.



    A modernidade e constituida de tentativa de narrativas utópicas, após a queda da maior narrativa base da sociedade, a narrativa crista, houve tentativas de novas narrativas que constituísse a uma nova base subjetiva.
    São narrativas que atendem o futuro, por exemplo o futurismo. e não narrativas como o dadaísmo, que responde a falta de sentido presente. Por isso uma narrativa moderna se encontra em um atropelamento de obsolescência, sempre há uma nova narrativa que propões um futuro melhor.
    As narrativas modernas, por isso, sempre tem um pequeno gosto de nostalgia, de narrativas que não e fato aconteceram e agora se encontram em uma nuvem de narrativas flutuando no ar fino da pos modernidade.

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  22. 1. Adicchie demonstra a influência das mídias de massa sobre a nossa percepção de valor sobre culturas e povos. Caso passivamente absorvamos essas informações sem questionar a sua diversidade e origem, é comum que vejamos sociedades diferentes da nossa com um olhar estereotipado e limitado. Uma das formas mais ricas de quebrar essa paradigma é não só ouvir o que terceiros falam sobre um determinado povo, mas sim como esse próprio povo se apresenta ao mundo. Fortalecer diversas vozes promove diferentes olhares. Dessa forma, é possível construir uma nova noção de cultura plural.

    2. O "olhar estrangeiro" define o ato de estereotipar negativamente uma cultura por se conhecer pouco sobre ela. Adicchie lançou o olhar estrangeiro sobre o menino que trabalhava em sua casa. Ela assumia que ele era infeliz e até mesmo incapaz por ser pobre, o que não era verdade. Mais tarde em sua vida, Adicchie sofreu o olhar estrangeiro de sua colega de quarto nos Estados Unidos, que assumia que ela possuía uma série de gostos e experiências pelo fato de ser africana.
    O olhar estrangeiro não acontece apenas com base em questões territoriais, mas até mesmo condições de saúde. Tenho diabetes tipo 1, doença genética na qual meu pâncreas deixou de produzir insulina. Há diversos tipos de diabetes, no entanto a mídia das massas generalizou o termo com o significado de "diabetes tipo 2", que é totalmente diferente da minha condição. Apesar de eu ser perfeitamente saudável (até mais do que grande parte das pessoas que não apresentam a doença), é extremamente comum que pessoas acreditem que estou gravemente doente, e vou ficar cega e perder partes do corpo. Por consequência, escuto diariamente perguntas exdrúxulas como "Mas você é tão nova para ter diabetes!" "Você comeu muito açúcar?" "Você não tem cara de quem tem diabetes".

    3. A modernidade é marcada pela proposta iluminista de que o conhecimento resolveria todos os problemas. No entanto, essa reverência cega ao conhecimento muitas vezes favorecia coisas acima de pessoas. A destruição criativa da época alegava favorecer toda a humanidade, mas acabava deixando um rastro de pessoas gravemente prejudicadas pelo caminho.

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  23. 1.Em sua fala, Adichie usa sua própria experiência para dizer o quanto uma única visão sobre a história, sobre um povo, sobre uma cultura, é perigosa. Ainda hoje grande parte do que conhecemos da África vem do que foi contado pelo colonizador, do olhar hierárquico do colonizador frente a uma cultura diferente da sua. Adichie trás um refletir, não há só uma história, não existem 1 ou dois lados, mais sim milhares, são muitas países, povos, culturas. Não é possível reduzir a África em tão pouco como vivemos fazendo a séculos.

    2. O “olhar estrangeiro” é olhar estereotipado que temos de outras culturas, por nos ser contado apenas uma versão sobre ela. Assim como Adchie se surpreendeu quando foi no México, e percebeu que tinha uma visão preconceituosa do lugar. No Brasil também é muito comum termos o olhar preconceituoso sobre nossa própria cultura, como ocorre nas favelas, consideradas perigosas, de pessoas sem “cultura” e pobres, porém, basta conhecer um pouco mais as pessoas, para perceber riquezas, como a alegria, a garra, coragem, o ser verdadeiro.

    3. As narrativas que predominam na modernidade são as construídas pelos colonizadores, agora países desenvolvidos, que até hoje permanecem com uma ideologia de certa dominação sobre os países subdesenvolvidos, e isso se dá em grande parte pelo aspecto cultural, que influencia o capitalismo/consumismo.

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  24. 1. Adichie apresenta em alguns exemplos que a cultura que cada um carrega é ampla, única e complexa, ou seja, é condicionada por diversos que cada um viveu e não pode ser generalizada por apenas um viés, como o país em que nasceu, por sua condição social ou religião. Quando possuímos uma versão restrita de uma vivência a qual a pessoa se designou ou o país em que ela nasceu passou por, tendemos a interpretá-la limitando-se a apenas um fator erroneamente.

    2. Existe uma concepção globalizada e capitalista de "países dominantes", que justifica uma dinâmica de proliferação de informação em que, países privilegiados economicamente, possuem diversas versões de hábitos culturais, contextos sociais e práticas, enquanto outros, menos privilegiados economicamente, possuem apenas uma versão exposta para o mundo, nos afastando de sua realidade e criando uma imagem limitada e preconceituosa de um contexto rico.
    Uma vez viajei para o Egito e, antes de ir, tinha uma imagem do país que via dos livros de história sobre seu passado milenar de civilização. Mal sabia que o Egito possuía muito em comum com meu país de origem, com toda sua diversidade, disparidade econômica, núcleos culturais e religiosos, áreas comerciais e empresariais sofisticadas e paisagens naturais riquíssimas.


    3. Em minha opinião, toda a manifestação da arte no período modernista que buscava expressar questões do poder individual, da elaboração artística sem uma demanda específica e uma estética autônoma e alheia ao tradicionalismo e a generalização cultural de uma nação.

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  25. 1. A fala de Adichie demonstra que cultura nao é algo pertencente a uma sociedade especifica, ou que exista uma cultura melhor que a outra e sim que todos carregam em si sua propria cultura, do seu ambiente e de suas vivencias.

    2. O olhar estrangeiro é etnocentrico, ou seja, o outro, diferente, é sempre visto como algo pior ou menos avançado, justamente por nao compartilhar das mesmas caracteristicas. O ser humano tende a menosprezar aquilo que difere de si. Tudo que foge dos seus padroes e valores é tido como inferior. Algo bem comum que acontece é quando ou estranhamos algo que nunca vimos antes e tendemos a nao concordar com aquilo, sem ao menos saber do que se trata.

    3. A modernidade foi marcada por ser um grande momento de transformacao politica, social e economica. Os avancos tecnologicos e pensamento racional deram ao mundo uma nova maneira de ser, uma nova maneira de pensar o homem no mundo, rompendo com padroes e ideiais existentes.

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  26. 1) O que determina uma cultura é o conjunto de costumes e normas sociais de pessoas diferentes que são lidas como parte de um mesmo todo. Portanto, sendo a análise de um coletivo, nenhuma cultura pode ser entendida por apenas um ponto de vista. Chimamanda defende que uma cultura x ou y não deve ser tratada como dominante, ainda que sejamos criados imersos na nossa própria cultura e tendemos a ser etnocêntricos.

    2) O “olhar estrangeiro” tende a marginalizar as culturas diferentes, se ver como cultura “certa” e central, e vê-las como estereótipos midiáticos. Exemplos rotineiros e próximos são as pressuposições que algumas pessoas da elite fazem de moradores da favela.

    3) As narrativas do contexto da modernidade seguem uma linha de pensamento similar a do Iluminismo: entornam a busca por conhecimento, experimentação e racionalização dum modo geral. Marcaram as principais transformações sociais, dentre outros, a globalização, as guerras, o crescimento e popularização da tecnologia, o surgimento do dito “terrorismo” e seu combate, a desconstrução da arte formal. Diria que foi o momento onde a sociedade de maneira geral passou a buscar um equilíbrio entre instinto e princípios morais.

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  27. Raphael Bastos Lessa

    1. Somos seres conscientes, e por isso analisamos nossas experiencias de uma forma subjetiva e que diz respeito ao nosso próprio julgamento.
    Ao avaliar utilizamos nosso próprio ponto de vista, e a tendência é que isso reflita em nossas criaçoes, afinal nada se cria, tudo se copia.
    A cultura anglo-saxonica dominou o mundo e ao meu entender é normal que sua cultura se alastre mais que as outras.
    2. Ao abraçar a cultura estrangeira, sofremos o grande perigo de esquecer da nossa tentando ficar mais parecidos com os paises de primeiro mundo e nos distanciando ainda mais de nossas origens. Este problema é recorrente em todo o mundo diante do fenomeno da globalização.
    Afinal, vender para um público que já possui parte de sua cultura é muito mais fácil.

    3. A modernidade se baseia em disseminar conhecimento livre, algo que só foi possível a partir do iluminismo com o esforço de seus pensadores.
    O conhecimento sempre foi estritamente para os ricos, hoje está disponível para quem desejar.

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  28. Dafne Rozencwaig Souza

    1. O discurso de Adichie corrobora para uma noção de cultura que ratifica a importância de experienciar um povo a partir das múltiplas narrativas existentes do lugar. Nesse sentindo, podemos acessar a diversidade cultural para um só espaço, complexificando as particularidades existentes em vez de criar generalizações deterministas e empobrecidas. A criação de estereótipos e pré julgamentos sobre universos diferentes do nosso, engessa padrões e modelos que desconsideram a riqueza de uma cultura.

    2. Adichie mostra que o olhar estrangeiro sobre outra cultura é perigoso por utilizar uma ótica inserida em um dado contexto cultural e transpor esses mesmos parâmetros comparativos para uma vivência que é outra. Como treinar o olhar para analisar um ambiente diferente sem contagiá-lo com a própria bagagem cultural? Essa é uma das questões chaves da ciência antropológica, por exemplo. A escritora apresenta o exemplo da sua companheira de quarto americana que enxergava os africanos como um povo coitado, sem “cultura” (vê se ai a problematização do que é cultura com a crítica de Roberto da Matta), famintos e cheios de miséria por todo o território. Um exemplo pessoal recente foi a minha visita à Palestina (Cisjordânia). Tive criação judaica e participei por muitos anos de um movimento juvenil judaico de esquerda. Morei em Israel por 1 ano e apesar de estudar sobre o conflito do Oriente Médio e vivenciá-lo, quase não tive contato com a narrativa palestina, com o território e com o povo. Após 7 anos, retornei há pouco a Israel e resolvi conhecer o “outro lado” da história. Cheia de medos e inseguranças, decidi cruzar o checkpoint sozinha com todo o terror que já tinha visto em filmes e na própria mídia. Qual não foi a minha surpresa ao chegar naquele novo universo. Me deparei com um povo extremamente simpático, solícito e orgulhoso, apesar de toda a ocupação que sofre há pouco mais de 70 anos. Desmistifiquei tantos estereótipos do chamado “terrorismo” e do próprio povo que ratificaram a minha certeza de que quando construímos muros físicos e psicológicos, esse outro é tão distante que cria corpo, voz e identidade sem nunca ter sido visto e ouvido. O não convívio e as ideias pré concebidas nos afastam da verdadeira essência do outro e da riqueza que é o relacionar-se com o diferente. Muito mais parecido do que antes imaginado.

    3. A narrativa que permeia a modernidade é ocidental, branca e heteronormativa, em um mundo governado majoritariamente por homens brancos bem sucedidos.
    Tal forma de domínio eurocentrada desconsidera cada vez mais as diferenças regionais, sociais, culturais e históricas vendendo um modelo global (globalização) de práticas de consumo e de padrão comportamental. É um círculo que leva à escassez e à competição ao invés de se potencializar o indivíduo no que mais belo ele tem – a diferença.

    Hoje em dia quando se viaja para uma metrópole no Oriente Médio, no Extremo Oriente ou no Ocidente a sensação é de estar no mesmo lugar, pois encontra-se as mesmas redes alimentícias e da indústria da moda por exemplo. A descaracterização física do espaço, do modo de se alimentar, do vestir-se dá lugar a uma equalização de gostos e sabores. A graça de expandir os horizontes encontra-se justamente na possibilidade de nos surpreendermos a cada descoberta do novo. Porém, a globalização e a concentração de poder do mercado restrita a poucas e mesmas empresas acaba por encobrir a diversidade, uniformizando origens distintas na sua raiz.

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