terça-feira, 15 de maio de 2018

HALL Cap 2

Ler o capítulo 2 do livro,  páginas 23-46, do livro A identidade cultural na pós-modernidade, Stuart Hall.

Hall identifica cinco grandes descentramentos do sujeito moderno na modernidade tardia. São estes:
·         o pensamento marxista;
·         a descoberta do inconsciente por Freud;
·         a teoria da lingüística estrutural de Saussure;
·         a noção de poder disciplinar em Foucault;
·         o impacto do feminismo a partir da década de 1960.
Estabeleça uma relação entre um destes cinco modos ruptura dos discursos do conhecimento moderno  e a ideia de desconstrução de identidade como algo fixo.

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Data: 21 de maio de 2018

16 comentários:

  1. Anteriormente, a identidade cultural ocorria entre o mundo externo e o mundo pessoal. No entanto, esses dois conceitos que pareciam tão definidos em fases anteriores da modernidade passam a ser ampliados na modernidade tardia em diante. Em relação ao movimento feminista a partir da década de 60, a partir do momento que passava-se a considerar a identidade como mulher uma parte vital da identidade, isso entra em conflito com outras possíveis identidades pré-existentes, assim como a expectativa machista da época dos papeis sociais que uma mulher deveria desempenhar em contraposição com relacionamentos com homens próximos, como pais e maridos. O que é mais importante para a identidade: manter a paz com um marido que ainda pensa de forma machista ou viver a identidade de mulher estabelecida pelo feminismo? Esse tipo de problemática passou a ser comum para todos os indivíduos da sociedade, que antes tinham um conjunto de regras sociais muito mais claras para seguir.

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  2. A descoberta do inconsciente por Freud desmonta com o conceito de sujeito racional, com uma identidade fixa. Segundo o conceito de Freud, o sujeito não nasce com uma identidade formada, mas que é formada no período da infância, na relação com os outros, principalmente com os pais. Esse processo não é nada racional, mas inconsciente. Segundo esse conceito, o sujeito nunca está completo, mas sempre buscando completar-se, buscando sua identidade.

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  3. A língua, assim como a identidade, diria Lacan, não possui um único significado fixo. Os significados se dão a partir das semelhanças e diferenças entre os objetos, "nós sabemos o que é 'noite' porque ela não é o 'dia', assim como um indivíduo entende quem ele é por não ser o outro.

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  4. Jessica Benevides

    O contexto político, a partir do final do século XX, se tornou fragmentado graças ao movimento de pluralização e deslocamento de identidades. A questão da identidade possibilitou e facilitou o surgimento de novos movimentos sociais que conversavam e eram porta-voz das novas identidades construídas, dessa forma, a identidade se tornou politizada, e consequentemente, a política - antes definida pelas classes sociais - transformou-se em uma política da diferença. Um desses movimentos sociais, originado no marco da Modernidade Tardia, que foi o período dos anos 60, foi o Feminismo.

    A partir do momento em que um conjunto de identidades poderia concernir a um mesmo indivíduo, sendo cada uma aplicável a um ambiente e situação diferentes, e o indivíduo deixou de ter uma identidade única e constante, tornou-se uma questão complexa articular todas essas identidades de forma a atribuir grau de importância a elas de acordo com cada circunstância. O feminismo questionava a divisão entre o público e o privado e, por meio desse questionamento, trouxe para a esfera política discussões acerca de áreas da vida social que antes nunca haviam sido consideradas assuntos políticos como: a família, a sexualidade, a divisão de tarefas domésticas e a separação do homem e da mulher em identidades distintas.

    Portanto, se o indivíduo já poderia se distinguir entre “homem”e “mulher”, ele deixa de possuir uma concepção única e singular e passa a desempenhar diferentes papéis sociais, conforme as identidades que o representam. Sendo assim, as normas sociais e o contexto da sociedade se modifica.

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  5. Hannah Tatagiba

    Freud e sua teoria desestabiliza a ideia de que somos resultado apenas do meio, da razão. A formação do "eu" seria a partir do inconsciente e processos psíquicos formados principalmente na infância.
    A identificação é um processo continuo, portando está sempre em construção e não é fixa.

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  6. Antes do movimento feminista dos anos 60, a mulher tinha a função casar, gerar filhos e responder as ordens do marido. Uma sociedade até então machista que via a mulher como ser secundário. Com a movimento feminista, as mulheres ressignificam seu papel no mundo e comprovam a desconstrução da identidade como algo fixo.

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  7. Segundo a leitura de Freud por Jacques Lacan, a identidade é formada com o passar do tempo por processos inconscientes, não racionalizados, e não algo inerente ao ser. A ideia de desconstrução da identidade como algo fixo corrobora esse discurso pois ele diz que a identidade de cada um está sempre em desenvolvimento, sempre em transformação — ainda que as pessoas tenham a ilusão, formada na fase do espelho, de terem uma identidade unificada.

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  8. Maria Victoria de Albuquerque

    Freud apresenta sua teoria de que as nossas identidades, nossa sexualidade e a estrutura dos nossos desejos são formadas com base em processos psíquicos e simbólicos do inconsciente, diferente da ideia de Razão baseada nas teorias de Descartes, na qual o conceito do sujeito racional é provido de uma identidade fixa e unificada, “penso, logo existo”. Com Freud, podemos entender que o eu, individual de cada ser é formado gradualmente, desenvolvendo-se a partir da relação que é formada com o outro, e não é algo inerente ao ser. Stuart relaciona a teoria de Freud a concepção do “espelho” de Mead e Cooley, do eu interativo, que diz que a socialização é um aprendizado consciente, enquanto que para Freud, a subjetividade é o produto de processos psíquicos inconscientes. Para Freud, o eu é construído em cima do olhar do outro sobre si, vivenciando a sua identidade como algo resolvida, quando na verdade existem diversas questões dentro dele que o fazem fragmentado.
    Ou seja, a identidade não é algo fixo, está sempre em constante desenvolvimento, sendo formada, e eternamente incompleta, porque não “existe um fim”, mas vivemos o eu sempre como sua versão final.

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    1. * Ou seja, a identidade não é algo fixo, está sempre em constante desenvolvimento, sendo formada, e eternamente incompleta, porque não “existe um fim”, apesar de vivermos o eu sempre como sua versão final.

      (corrigi o ultimo parágrafo)

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  9. O feminismo é um movimento que desde a década de 1960 vem quebrando padrões que uma mulher deveria ou não seguir, desfazendo o modelo fixo de mulher. A nossa sociedade patriarcal e racista fez com que as mulheres fossem reprimidas e colocadas em um papel de servir principalmente o homem branco, sendo vistas também como objetos sexuais. Nesse movimento, vem sendo conquistado não só igualdade de gênero, mas de outras questões latentes na nossa sociedade, fazendo com que cada ser humano entenda o seu local de fala e os privilégios que obtêm.

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  10. Acho interessante relacionar a crise da identidade com a descoberta do inconsciente por Freud.

    Quando Freud apresenta sua teoria, ele põe em xeque tudo que foi estabelecido como identidade até então. Isso se dá pois, a partir das ideias de Freud, a identidade passa a ser construída a partir das experiências da infância e não por modelos pré-definidos.

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  11. Assim como as ideias de Freud, a crise da identidade pode ocorrer com o passar do tempo, sendo construída a partir das experiências e conhecimentos. A pessoa não nasce com algo definido. Ela vai construindo sua mente e suas características conforme vai vivendo e por isso é algo que está sempre em constante desenvolvimento. Sempre a procura do eu e das assimilações consigo mesmo.

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  12. A descoberta do inconsciente por Freud pode ser diretamente relacionada com a desconstrução da identidade. Esta relação pode ser feita uma vez que a teoria do psicanalista expõe que a formação humana não pode ser entendida como puramente racional e sim como um conjunto de processos psíquicos do inconsciente que são formados durante nosso desenvolvimento. Dessa forma, Freud explica também, que experiências da infância são bastante responsáveis pela formação do adulto, que inconscientemente carregará essa bagagem e influenciará seu modo de viver. Essa teoria mostra que a identidade única do eu racional e centrado, capaz de se manter inflexível durante a vida, na verdade é frágil e possuinte de variantes que também sofreram mudanças no decorrer do tempo e de experiências vividas.

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  13. Freud desestabiliza o conceito de sujeito racional, com uma identidade fixa, com adescoberta do inconsciente. Segundo o seu conceito, o ser não nasce com uma identidade formada, mas que é formada no período da infância, na relação com os outros, principalmente com os pais. Esse processo não é nada racional, mas inconsciente. Segundo esse conceito, o sujeito nunca está completo, mas sempre buscando completar-se, buscando sua identidade numa intensa descoberta do sentido da vida.

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  14. Dafne Rozencwaig Souza

    Alguns dispositivos da sexualidade no que concerne à essencialização do ser feminino e do ser masculino encontram-se na divisão social do papel da mulher e do homem no século XIX. A exclusão gradual das mulheres de classe média e alta da vida ativa política e comercial, atingiu tal ponto que a sua vida pública estava restrita às “funções sociais” de receber e retribuir visitas. A mulher não era feita para outro tipo de existência devido à sua constituição supostamente frágil e delicada, e seu temperamento sensível e emocional. A Justificativa usual era a inadequação, as mulheres tinham as qualidades que as tornavam inapropriadas para o trabalho “o poder para o doce ordenamento, administração e decisão do lar”. A inocência atribuída ao feminino poderia estar fora do mundo trapaceiro dos negócios, mas suas virtudes e purezas eram perfeitas para ordenar a cozinha, as criadas e os filhos. Sua suposta sensibilidade para a beleza também era de inestimável valor para o casa.

    Pautados em um sistema ratificador do binarismo e da heteronormatividade como princípios, os relatos transmitidos ao longo de gerações parecem perseguir roteiros parecidos no que diz respeito à passividade feminina e à pró atividade masculina. À luz desta “maldita herança”, interpretamos e transpomos tais valores nos cenários e comportamentos sexuais desenvolvidos no dia-a-dia.

    Me parece que o processo de individuação e subjetivação do sujeito, camuflado por códigos e signos sociais, culturais, se dispersa cada vez mais do essencialmente puro em prol de perpetuar a lógica heteronormativa, que no fundo não serve à maioria. O mais preocupante é que estamos pouco conscientes dessas violências simbólicas e o lugar do afeto de transbordamento e experiênciação plena concede voz à culpa, à castidade e ao desgosto. Internalizado, subjetivado, o sujeito moderno reproduz no comportamento sexual todas as castrações que sofre cotidianamente, retroalimentando um ciclo de auto mutilação com si próprio e com o outro. O movimento feminista tal como a luta LGBTQ+ vem justamente para quebrar tais visões e impressões sobre os corpos e identidades fragilmente construídas

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  15. Baseado na teoria de Freud, que desconstrói a concepção que tínhamos sobre identidade. E a partir desse momento começamos a ter uma noção, de que a identidade começa a ser desenvolvida nos nossos primeiros anos de vida.

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